Nesta triste cidade, há escritores que evacuam aos quatro cantos que a literatura tem a cura para os males existenciais.
Na concepção desses escrevinhadores, todas as livrarias e casas do ramo deveriam ser extintas, já que seus livros podem ser comprados através do catálogo do Sidney Oliveira, junto com um frasco de Ômega 3.
Pobres diletantes que não sabem o que dizem! Na sua enferma condição, fazem crer que uma obra literária é igual a um Kinder Ovo, que traz no seu oco uma dose de Rivotril.
Quem quer cura para para sua neurose, busque um psiquiatra, um exorcista ou um galão de água benta do pastor R.R. Soares.
Mas é chegada a hora da verdade, caros escrevinhadores!
Resolvam seu dramas pessoais com ansiolíticos, antiácidos e antiflatulentos! Não faltem às sessões de terapia! Enfrentem o capeta com lhaneza!
E, por favor, não enredem o leitor nas suas misérias pessoais. Elas só interessam se forem alçadas a um nível de humanidade e de elaboração artística que muitos de vocês já deram provas suficientes de não possuir.
Acima de tudo, para escrever, inspirem-se nos grandes, nos mais grandes e no bem maiores - naqueles que há muito vêm demonstrando que a literatura não é uma dose de Buscopan.
E se nada disso resolver, incinerem tudo - começando por si mesmos!
Joanim Farofa y Pepe Caruncho
Direto da Redação
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