segunda-feira, 5 de agosto de 2019

ENTREVISTA COM OTÁVIO RODRIGUES, ATOR DE "A REVOLTA DO MOINHO"

Hoje, trazemos a público a entrevista com o luminoso ator Otávio Rodrigues, que interpretou o protagonista Debulhador Maneta e o Ensacador de Milho, na saga do polentariado contra a naneditadura da Terra da Cocanha.

1. Qual foi sua primeira impressão ao entrar em contato com o texto escrito de “A revolta do Moinho”?
Senti uma méscola entre euforia e indignação. Por conhecer as características do diretor Cristian, sabia que a escolha do texto seria, no mínimo, intrigante. E não foi diferente. Ao ler as primeiras páginas, de cara pensei em um texto dramático e complexo por sua linguagem. No decorrer da leitura, risadas soltas me fizeram notar que se tratava de uma tragédia que caminhava entre a comédia e a revolta, mas que fazia isso de uma maneira única. Deu até vontade de saborear uma polenta!

2. Como foi lidar com a linguagem do texto, tendo em vista que, para a atuação, é necessário decorar as falas das personagens?
Foi bastante desafiador, já que desde o início buscávamos ser o mais fiel possível ao texto. Levamos alguns encontros até realmente entendermos a linguagem que a peça falava, para que pudéssemos atuar em cima dela. Os trocadilhos, como “o caruncho é o lobo do milho”, são de extrema importância para o contexto de cada ato, tal qual os termos regionais e seus significados. Foi preciso entender a fundo o que cada situação nos contava, para que pudéssemos dar a cara a tapa em cena.

3. Da grande quantidade de personagens do livro, quais você interpretou?
Desta pujante Revolta, interpretei o Ensacador de Milho no primeiro ato, e o herói Maneta durante sua jornada ao castelo do Imperador Dom Napolentão.

4. Qual tem sido, na sua opinião, a reação do público em relação ao conteúdo da peça?
Ao conversar com algumas pessoas após a estreia, notei que, em sua maioria, elas trataram A Revolta como um instrumento de reflexão ao momento que vivemos atualmente. Muitos se viram em meio a estas ruínas, debulhando carunchos diariamente em troca de uma espiga de milho. E talvez seja por isso que tenham admirado o trabalho, por sentirem que suas revoltas podem ser contadas de maneira trágica e cômica, e que no final o homem sempre será o lobo do homem.

"Otávio Rodrigues em trajes de múmia esparadrapa"

Joanim Farofa & Pepe Caruncho
Da redação do Observatório Colonial, 4º andar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

JOANIM PEPPERONI ENTREVISTA JOANIM PEPPERONI

Prestes a publicar o meu quarto livro neste sinistro ano de 2020, dirigi-me bem cedo até a Sala de Prensas do Observatório Colonial para...