sexta-feira, 20 de abril de 2018

AVISO DE UTILIDADE PÚBLICA

A pedido do nosso querido tio Joanim, divulgamos este que já é o mais importante e tradicional concurso literário da cidade.
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C CONCURSO LITERÁRIO JOANIM PEPPERONI

A primeira 100ª edição do Concurso Literário Joanim Pepperoni está com inscrições abertas em fluxo contínuo e por tempo indeterminado. A competição é destinada a moradores de caxias do çul, da erudição e do mais-do-mesmo, e tem como objetivo fomentar os talentos locais e acabar com indigência literária e autoral desta triste cidade.

Para participar, basta enviar os materiais para o e-mail joanimpepperoni@gmail.com. As inscrições são gratuitas! 

Normas do regulamento:
1. Cada autor poderá inscrever quantos materiais quiser.
2. Serão aceitos materiais de qualquer gênero, desde o técnico até o escatológico.
     2.1 Aceitam-se rascunhos, esboços de ideias e textos ainda não escritos ou extraviados. 
3. Cada material individual deverá vir acompanhado de um pseudônimo, um heterônimo e um anônimo.
4. Não serão aceitos materiais apócrifos.
5. A comissão julgadora será composta por especialistas do Hospital São Pedro, de Porto Alegre.
6. Diferentemente dos concursos tradicionais, o presente certame, em vez de textos,  reunirá os autores para uma "antalogia".

Da premiação:
Em fluxo contínuo, os autores selecionados receberão:
1. Vale-pizzas.
2. Vale-ingressos para o zoológico da Usque.
3. Vale-pernas de salame.
4. Vale-rivotril.
5. Vale-selfies.
6. Vale-banhos no Tega.
7. Vale-uvas para a Festuva 2019.
8. Vale-transportes para serem usados exclusivamente no dia do passe-livre da Visage.
9. Vale-hóstias.
10. Vale-pedágios para serem usados no trecho caxias-farroupilha.
11. Vale-bergamotas para comer na romaria da Caravaggina, em maio.
12. Vale-sagus com creme.
13. Vale-crens.
14. Vale-grôstolis.
15. Vale-tortéis.
16. Vale-ingressos para o filme do Edir Merceno.
17. Vale-danças na Boca D'oro.

Liberte o gênio preso dentro de você! 
Imagine, crie e sonhe, que nós premiamos!
Participe do único concurso que já nasce na centésima edição com todo o respaldo da tradição!
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Joanim Farofa § Pepe Caruncho
Da redação

terça-feira, 17 de abril de 2018

ENTREVISTA COM JOANIM PEPPERONI SOBRE O PROJETO DE LEI 42/2017

Em tempo recorde, conseguimos contato via satélite com nosso tio Joanim Pepperoni PhD, que se encontra em expedição na Idade Média, para ouvir sua opinião sobre o projeto de lei (42/2017) que dispõe sobre a disposição de prateleiras e outros móveis em livrarias e bibliotecas caxienses. Segue a entrevista expressa:

INFAMES INFANTES: Tio Joanim, você já conhecia o projeto de lei 42/2017 ou já tinha ouvido falar dele?

JOANIM PEPEPRONI: Não conhecia, nem nunca ouvi boato sobre ele. Esse é o tipo de coisa tão absurda, que nem para boato serve!... Mas, lendo com atenção o bosquejo de lei e relacionando-o com alguns objetos que encontrei aqui na Idade Média, estou me dando conta que essa ideia foi copiada, às avessas, do Index Librorum Proibitorum da igreja católica. Só que no caso da literatura de caxias do sul, da fé e da erudição, essa lei terá efeito contrário ao que pretende e acabará lançando as obras locais em uma letargia irreversível. Imaginem uma prateleira só com autores locais em destaque numa livraria: a grande quantidade de títulos sem criatividade, as capas de um mau gosto comovente e o conteúdo duvidoso... Tenho para mim que os leitores passarão de fininho, como quem dá um flato e disfarçadamente muda de lugar.

I.I.: Isso significa, então, que a lei será inócua?

J.P.: Inócua para o que pretende legislar. Imaginem, cari, um supermercado com um gigantesco suprimento de linguiças ser obrigado a criar uma prateleira específica para os produtos locais, sendo que todos os clientes já conhecem a qualidade duvidosa desses embutidos... O jeito certo de vender essas salamada é distribuí-la de forma sub-reptícia no meio dos salames bons. Por engano - e a vida é cheia de enganos -, por engano, alguém sempre levará salame de gato no lugar de linguiça de lebre (e pelo mesmo preço!). E isso qualquer comerciante sabe fazer. Não precisa de lei para incentivar.

I.I.: Você acredita que haverá um movimento dos livreiros locais contra a sanção dessa lei pelo prefeito Dalilo?

J.P.: Eu apoiaria abertamente um movimento assim... Mas o que mais me preocupa nessa história é qual setor da prefeitura ficará responsável pela fiscalização e aplicação das multas aos infratores de prateleiras. Qual destas secretarias: Agricultura, Meio Ambiente, Obras, Trânsito, Habitação, Desenvolvimento, Cultura? Haverá um censor ou agrimensor com trena e calculadora em mãos circulando diariamente pelas livrarias e bibliotecas? Como saber se um autor está há dois anos mofando, digo, morando no município? O livreiro terá que solicitar um comprovante de residência ao escritor, tirar uma xérox e arquivar para o caso de o fiscal de prateleiras solicitar? Que tamanho deverá ter essa prateleira? E o que fazer se o escritor publicou em caxias e não mora em caxias? Outra coisa: existe alguma prateleira com livros “invisível” ou escondida dentro das livrarias? Como se define o que é ou não visível ao público? Mais uma questão: o que é uma obra devidamente regularizada e registrada nos órgãos competentes? Por acaso existe obra ilegal, ou uma obra não será legal se não tiver ISBN? Alguma livraria por acaso vende livro pirata? O que se entende por registro nos órgãos competentes? Se for poema de amor, o órgão competente é o coração? Se for erótico, o órgão é o genital? Etc.

I.I.: Como você avalia, do ponto de vista cultural, a concepção de um projeto dessa natureza?

J.P.: Aqui na Idade Média, tem muito material empírico para responder a esta pergunta. Mas vou utilizar um exemplo de quando estive na Idade Antiga. Aquela história de dominar o mundo, que iniciou no século V a.C., encontra-se no DNA atual. O sentimento de superioridade e de grandeza manifesta-se aqui e ali, de tempos em tempos. O Mare Nostro, com o tempo, virou a Terra Nostra. Então, esse tipo de projeto de lei liga-se ao passado longínquo, quando quer expor com prioridade, destaque e visibilidade, nas estantes, as obras culturais e literárias de autores locais, fazendo surgir daí o Scrittore Nostro!

I.I.: Obrigado, tio Joanim, pela excelente entrevista!

J.P.: Eu é que agradeço a oportunidade! Se algum livreiro infrator quiser o contato de um advogado para recorrer das multas, posso indicar o...

Joanim Farofa $ Pepe Caruncho
Da redação 

segunda-feira, 16 de abril de 2018

LEGISLADORES x LIVREIROS

Nesta triste cidade, um petiz cagou uma lei sobre o que não requer legislação. Com afetação de caudilho em cima de um jumento empacado, ergueu nos ares a sua Bic roída e deu um canetaço no lombo dos livreiros. 

Com isso, o excretor ganha status de escritor, e o livreiro vira infrator!

Expliquemos:

PROJETO DE LEI 42/2017

Art. 1º É obrigatória a exposição, com prioridade e destaque, nas estantes das livrarias e bibliotecas, das obras culturais literárias de qualquer área do conhecimento, de autores residentes no município de Caxias do Sul há mais de 2 (dois) anos.
§ 1º As estantes onde serão expostos os livros em questão deverão estar em local visível ao público
§ 2º Nas estantes serão divulgadas as obras que estejam devidamente legalizadas e registradas nos órgãos competentes
Art. 2º Nas estantes onde as obras literárias ficarem expostas deverá constar, em específico destaque, o título: Autores de Caxias do Sul. 
Art. 3º A livraria, que use de catálogo ou qualquer outro meio de divulgação de venda, deve fazer constar, em prioridade, as obras de autores locais, para comercialização. 
Art. 4º As livrarias e as bibliotecas, em atividade, terão o prazo de 90 (noventa) dias, contados da publicação desta Lei, para procederem a devida adaptação
Art. 5º O descumprimento do disposto nesta Lei acarretará ao infrator, sanção administrativa no valor de 30 VRM´s. 
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 

(RAFAEL BUENO - PDT)


Em breve, publicaremos sobre o assunto um entrevista com o maior escritor da Terra da Cocanha, o nosso querido tio Joanim Pepperoni PhD, que se encontra em uma missão antropoletológica na Idade Média.

Joanim Farofa û Pepe Caruncho
Dai Giornali


quarta-feira, 11 de abril de 2018

DOS OFÍCIOS DE ESCRITOR, PADRE E EMPREENDEDOR

Nesta triste cidade, ou se é empreendedor, ou se é padre ou se é escritor.
Ou se é as três coisas ao mesmo tempo. 
Ou, de todas, apenas duas. 
Nunca apenas uma só. 
E, não sendo nenhuma delas, é-se nada! 

O que queremos dizer é que o padre, além de padre, pode ser ou empreendedor, ou escritor, ou empreendedor e escritor. O empreendedor pode ser ou padre, ou escritor, além de empreendedor, ou padre e escritor. E o escritor pode ser empreendedor e padre, ou padre, ou empreendedor, além de escritor. 

Simples assim! 

Claro que tudo isso não necessariamente nessa sequência... Mas na ordem de importância que for conveniente para cada um deles.

Joanim Farofa und Pepe Caruncho
Redatores

sábado, 7 de abril de 2018

SOBRE "FEIRAS DO DEUS ME LIVRE"

Sobre as feiras de livros – que nós, aqui da redação, preferimos chamar de Feiras do deus me livre – haveria a possibilidade de escrever um verdadeiro tratado zoológico.

Isso porque toda triste cidade tem a sua Feira do deus me livre, na qual os tipos mais estapafúrdicos da fauna escrevinhadora desfiam seu enredo de pérolas “literárias”. Misto de convenção de ogros, Festa Ploc dos anos 80 e assembleia de diletantes, as feiras há muito perderam sua relevância cultural. 


Nós, os Infames Infantes, já não aguentamos mais o amadorismo, o cabotinismo e a demonstração pública do rebaixamento estético a que as feiras foram reduzidas. Homenageia-se o pioneirismo do Fulano que distribuiu um “livro” mimeografado em 1960; reverencia-se a prodigalidade da Sicrana que escreveu versinhos enquanto tricotava uma manta para a casinha do cachorro; eleva-se à condição de referente cultural o Beltrano que produziu uma narrativa ginasiana sobre as aventuras sexuais vividas durante as férias escolares; festeja-se o Milano que... Deixemos pra lá! 

Tudo isso financiado com dinheiro público e abonado por um corpo seleto de especialistas! Tudo isso para o “bem da cultura”, para homenagear “os nossos talentos locais” e para “festejar a literatura” - expressões que ouvimos costumeiramente nos discursos pronunciados por uma caterva política incapaz de distinguir uma revista Reader’s Digest de uma obra literária. 

As Feiras do deus me livre vão mal, muito mal. Mal mesmo!

Da sua composição, via de regra, participam tantos bajuladores quantos couberem no palanque de abertura. 

Como a literatura já deixou de ser o foco do evento, a solução é transformá-la numa feira paroquial, onde tudo pode ser experimentado, exceto boa literatura. Assim, são convidados cantores, piadistas de stand up, blogueiros e cuspidores de fogo, e oferecidos food trucks, camas elásticas, pescarias, mesas de pife e canastra, bancas de adoção de animais abandonados e cursinhos expressos de degustação de vinho doce de garrafão. Tudo para entreter a audiência, que nem lembra o que realmente deveria ser homenageado.


Daqui da redação, ficamos felizes quando uma nova Feira do deus me livre é realizada. Felizes, porque há muito não participamos delas. Felizes por não fazermos coro ao freak show que faz ecoar pela triste cidade uma exaltação constrangedora da nossa indigência literária.

Joanim Farofa ed Pepe Caruncho
4º andar do Observatório Colonial

quinta-feira, 5 de abril de 2018

UMA BIOGRAFIA EXTRAORDINÁRIA

Ué Linton Roquette Pedroz nasceu em Vila Seca, em 1998. Ainda criança descobriu que tinha aptidões para a poesia: assobiava muito bem e mugia como ninguém. Com 7 anos, tentou voar, mas quebrou o queixo, sabe-se lá como. Ficou entrevado durante meses. E foi nessa época que descobriu Dom Queixote.

Pulou os poemas introdutórios, pois os achou longos demais. Leu dois capítulos do triste fidalgo e depois se encheu o saco. Um dia, à toa, leu um versinho de Manoel de Barros que dizia algo como “voar fora da asa” e achou que isso combinava com o seu salto infantil. Então começou a escrever versos, rimas, trocadalhos, brinquiversos, para conquistar as coleguinhas. Eis alguns:

atual mente
a tua mente
me mente
//
a porta
nom
importa
//
ó Nena, ver-
te me
envenena

Quando debutou, aos quinze anos, ganhou uma viagem para Orlândia, parque de diversões que só abre em abril e onde se encontram os maiores poetas que se dizem vivos: Feiobrício Carpiajato, Mortha Marceneira, Germinia Jaquetinha e Celsinho Gutiguti. Depois, de volta a caxias do sul, da fede, do travalho e da erodição, as editoras Malecoleco, Bolas ou Letras e De-Quatrinho disputaram suas obras a unhas e dentes, chutes e bochadas. Firmou contrato, porém, com a editora paulista Chichon, a fim de expandir o hálito. Mas essa casa editorial passou-o para trás, roubou-lhe os originais e os publicou com outro nome. Por isso, existe hoje o famosíssimo livro Eu me chamo Cléber, assinado por Jefferson Tanahora.


Para se vingar, criou uma página no Face chamada “Eu me chamo Ué Linton”, a qual não vingou, pois, segundo os faceiros, ela não era suficientemente “original”. Passou, então, a escrever sonetos tão clássicos quanto o filme A Lagoa Azul, que passa na Sessão da Tarde, e o famigerado Malhacán, um programa televisivo para Nanes em miniatura. 

Levou para casa a estatueta do Prêmio Várzea™ em 2018. Hoje em dia está fazendo uma adaptação livre do clássico Fausto, de Johan Wofgang von Goethe, onde o personagem principal, atualizado para os dias de hoje, encontra-se num pacto com o capeta e, por isso, precisa se apresentar, todo domingo, no programa Domingão do Faustão.

Atualmente, pleiteia a cadeira 666 da Academia Coxinhense de Lontras.

Joanim Faropa et Pepe Caruncho
Direto da Redação



quarta-feira, 4 de abril de 2018

A LITERATURA NÃO TEM A CURA!

Nesta triste cidade, há escritores que evacuam aos quatro cantos que a literatura tem a cura para os males existenciais.

Na concepção desses escrevinhadores, todas as livrarias e casas do ramo deveriam ser extintas, já que seus livros podem ser comprados através do catálogo do Sidney Oliveira, junto com um frasco de Ômega 3.

Pobres diletantes que não sabem o que dizem! Na sua enferma condição, fazem crer que uma obra literária é igual a um Kinder Ovo, que traz no seu oco uma dose de Rivotril.

Quem quer cura para para sua neurose, busque um psiquiatra, um exorcista ou um galão de água benta do pastor R.R. Soares.

Mas é chegada a hora da verdade, caros escrevinhadores! 

Resolvam seu dramas pessoais com ansiolíticos, antiácidos e antiflatulentos! Não faltem às sessões de terapia! Enfrentem o capeta com lhaneza! 

E, por favor, não enredem o leitor nas suas misérias pessoais. Elas só interessam se forem alçadas a um nível de humanidade e de elaboração artística que muitos de vocês já deram provas suficientes de não possuir. 

Acima de tudo, para escrever, inspirem-se nos grandes, nos mais grandes e no bem maiores - naqueles que há muito vêm demonstrando que a literatura não é uma dose de Buscopan.

E se nada disso resolver, incinerem tudo - começando por si mesmos! 


Joanim Farofa y Pepe Caruncho
Direto da Redação

JOANIM PEPPERONI ENTREVISTA JOANIM PEPPERONI

Prestes a publicar o meu quarto livro neste sinistro ano de 2020, dirigi-me bem cedo até a Sala de Prensas do Observatório Colonial para...