Hoje, entrevistamos a iluminada atriz Dai Giacomelli, que na peça A revolta do Moinho interpretou o Quebrador de Milho, a Filha do Mestre Moleiro, o Ventríloquo e um Guarda.
1. Qual foi sua primeira impressão ao entrar em contato com
o texto escrito de A revolta do Moinho?
A
primeira impressão foi.... "Oh my god!", pois percebi de imediato que
se tratava de um texto forte, quae épico, no qual havia uma luta pelos direitos
trabalhistas e pela valorização do povo que suava no Moinho a descascar, debulhar
e moer o milho. No primeiro encontro com o Núcleo Teatral Do Coletivo Enredo,
tive a oportunidade de assistir a algumas experimentações dos atores
representando frases do texto, encenando e cantando, enfim, expondo suas
emoções. Foi também através deste contato visual que pude sentir que a peça
seria incrível.
2. Como foi lidar com a linguagem do texto, tendo em vista
que, para a atuação, é necessário decorar as falas das personagens?
No
texto há muitas palavras que não uso no meu cotidiano, por isso, precisei
pesquisar, estudar e traduzir as palavras escritas em italiano, em sintonia com
o que o Diretor Cristian Beltrán sempre nos falava: "Estudem o
texto"! Eu tive que ler muito, escrever as falas diversas vezes, gravar
áudios, repassar durante o dia o meu texto mentalmente e interpretar as cenas
nos momentos livres para decorar as frases, as palavras "difíceis",
os gestos, os sons e os movimentos corporais. Os meus personagens, como também
os dos meus colegas e amigos atores, trazem consigo uma carga muito grande e
responsabilidade no uso da linguagem e na atuação.
3. Da grande quantidade de personagens do livro, quais você
interpretou?
Os
personagens que eu interpreto na peça A Revolta Do Moinho são: o Quebrador de
Milho, a Filha do Mestre Moleiro, o Ventríloquo e um Guarda. E participo de uma
entrada em que eu e a maioria dos atores estamos como Manetas em cena. Os meus
personagens já estão fazendo parte da minha vida e é muito gratificante
interpretar cada um deles, já que foram desenvolvidos no processo de cada
ensaio e transformados com força, fé, garra, conquista, trabalho e muita
emoção.
4. Qual tem sido, na sua opinião, a reação do público em
relação ao conteúdo da peça?
No final
da apresentação, o público elogiou muito, e muitas pessoas comentaram que a
peça em si era muito bonita, divertida e com caracterizações diferentes. Ao nos
apresentarmos, da cena percebi muitos risos, mas também olhares emocionados
quando os trabalhadores levavam chicotadas, eram tratados como escravos, o
Maneta era humilhado - entre outras cenas impactantes que é melhor não revelar
em detalhes, para que o pessoal fique curioso e vá ir assistir a essa peça
maravilhosa.
"Dai o que é nosso!"
Joanim Farofa e Pepe Caruncho
Observatório Colonial, 4º andar