quarta-feira, 7 de agosto de 2019

ENTREVISTA COM A ATRIZ DAI GIACOMELLI, DA PEÇA "A REVOLTA DO MOINHO"

Hoje, entrevistamos a iluminada atriz Dai Giacomelli, que na peça A revolta do Moinho interpretou o Quebrador de Milho, a Filha do Mestre Moleiro, o Ventríloquo e um Guarda.

1. Qual foi sua primeira impressão ao entrar em contato com o texto escrito de A revolta do Moinho?
A primeira impressão foi.... "Oh my god!", pois percebi de imediato que se tratava de um texto forte, quae épico, no qual havia uma luta pelos direitos trabalhistas e pela valorização do povo que suava no Moinho a descascar, debulhar e moer o milho. No primeiro encontro com o Núcleo Teatral Do Coletivo Enredo, tive a oportunidade de assistir a algumas experimentações dos atores representando frases do texto, encenando e cantando, enfim, expondo suas emoções. Foi também através deste contato visual que pude sentir que a peça seria incrível.

2. Como foi lidar com a linguagem do texto, tendo em vista que, para a atuação, é necessário decorar as falas das personagens?
No texto há muitas palavras que não uso no meu cotidiano, por isso, precisei pesquisar, estudar e traduzir as palavras escritas em italiano, em sintonia com o que o Diretor Cristian Beltrán sempre nos falava: "Estudem o texto"! Eu tive que ler muito, escrever as falas diversas vezes, gravar áudios, repassar durante o dia o meu texto mentalmente e interpretar as cenas nos momentos livres para decorar as frases, as palavras "difíceis", os gestos, os sons e os movimentos corporais. Os meus personagens, como também os dos meus colegas e amigos atores, trazem consigo uma carga muito grande e responsabilidade no uso da linguagem e na atuação.

3. Da grande quantidade de personagens do livro, quais você interpretou?
Os personagens que eu interpreto na peça A Revolta Do Moinho são: o Quebrador de Milho, a Filha do Mestre Moleiro, o Ventríloquo e um Guarda. E participo de uma entrada em que eu e a maioria dos atores estamos como Manetas em cena. Os meus personagens já estão fazendo parte da minha vida e é muito gratificante interpretar cada um deles, já que foram desenvolvidos no processo de cada ensaio e transformados com força, fé, garra, conquista, trabalho e muita emoção.

4. Qual tem sido, na sua opinião, a reação do público em relação ao conteúdo da peça?
No final da apresentação, o público elogiou muito, e muitas pessoas comentaram que a peça em si era muito bonita, divertida e com caracterizações diferentes. Ao nos apresentarmos, da cena percebi muitos risos, mas também olhares emocionados quando os trabalhadores levavam chicotadas, eram tratados como escravos, o Maneta era humilhado - entre outras cenas impactantes que é melhor não revelar em detalhes, para que o pessoal fique curioso e vá ir assistir a essa peça maravilhosa. 



"Dai o que é nosso!"

Joanim Farofa e Pepe Caruncho
Observatório Colonial, 4º andar

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

ENTREVISTA COM OTÁVIO RODRIGUES, ATOR DE "A REVOLTA DO MOINHO"

Hoje, trazemos a público a entrevista com o luminoso ator Otávio Rodrigues, que interpretou o protagonista Debulhador Maneta e o Ensacador de Milho, na saga do polentariado contra a naneditadura da Terra da Cocanha.

1. Qual foi sua primeira impressão ao entrar em contato com o texto escrito de “A revolta do Moinho”?
Senti uma méscola entre euforia e indignação. Por conhecer as características do diretor Cristian, sabia que a escolha do texto seria, no mínimo, intrigante. E não foi diferente. Ao ler as primeiras páginas, de cara pensei em um texto dramático e complexo por sua linguagem. No decorrer da leitura, risadas soltas me fizeram notar que se tratava de uma tragédia que caminhava entre a comédia e a revolta, mas que fazia isso de uma maneira única. Deu até vontade de saborear uma polenta!

2. Como foi lidar com a linguagem do texto, tendo em vista que, para a atuação, é necessário decorar as falas das personagens?
Foi bastante desafiador, já que desde o início buscávamos ser o mais fiel possível ao texto. Levamos alguns encontros até realmente entendermos a linguagem que a peça falava, para que pudéssemos atuar em cima dela. Os trocadilhos, como “o caruncho é o lobo do milho”, são de extrema importância para o contexto de cada ato, tal qual os termos regionais e seus significados. Foi preciso entender a fundo o que cada situação nos contava, para que pudéssemos dar a cara a tapa em cena.

3. Da grande quantidade de personagens do livro, quais você interpretou?
Desta pujante Revolta, interpretei o Ensacador de Milho no primeiro ato, e o herói Maneta durante sua jornada ao castelo do Imperador Dom Napolentão.

4. Qual tem sido, na sua opinião, a reação do público em relação ao conteúdo da peça?
Ao conversar com algumas pessoas após a estreia, notei que, em sua maioria, elas trataram A Revolta como um instrumento de reflexão ao momento que vivemos atualmente. Muitos se viram em meio a estas ruínas, debulhando carunchos diariamente em troca de uma espiga de milho. E talvez seja por isso que tenham admirado o trabalho, por sentirem que suas revoltas podem ser contadas de maneira trágica e cômica, e que no final o homem sempre será o lobo do homem.

"Otávio Rodrigues em trajes de múmia esparadrapa"

Joanim Farofa & Pepe Caruncho
Da redação do Observatório Colonial, 4º andar

JOANIM PEPPERONI ENTREVISTA JOANIM PEPPERONI

Prestes a publicar o meu quarto livro neste sinistro ano de 2020, dirigi-me bem cedo até a Sala de Prensas do Observatório Colonial para...